
A diocese de São Miguel Paulista foi criada pelo Santo Padre o Papa João Paulo II, com a Bula “Constat Metropolitanam Ecclesiam”, de 15 de março de 1989, com território desmembrado integralmente da Arquidiocese de São Paulo. A instalação da Diocese e posse de seu primeiro bispo diocesano, Dom Fernando Legal, SDB, aconteceram no dia 28 de maio de 1989. Dom Fernando pastoreou a Diocese de São Miguel Paulista até o dia 02 de março de 2008 quando tomou posse o segundo bispo diocesano Dom Manuel Parrado Carral.
Situada no extremo leste da cidade de São Paulo, a Diocese limita-se com a Arquidiocese de São Paulo e as Dioceses de Guarulhos e de Mogi das Cruzes. É a menor diocese territorial do Brasil, com aproximadamente 200 Km2. Sua população chega a 3 milhões de habitantes, sendo considerada pela ONU como a região com maior densidade demográfica do planeta.
Seu território está, eclesiasticamente, dividido em três regiões episcopais: Itaquera/Guaianases, Penha, São Miguel e catorze setores pastorais: A .E. Carvalho, Cidade Tiradentes, Itaquera, Guaianases, Artur Alvim, Cangaíba, Cidade Líder, Vila Esperança, Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Jardim Helena, Silva Telles, Ponte Rasa e São Miguel.
A Catedral de São Miguel Arcanjo começou a ser construída em 1950 sendo inaugurada em 22 de agosto de 1965 e consagrada pelo núncio apostólico no Brasil, Dom Carlo Furno, em 31 de maio de 1992.
Dentre os diversos bairros que formam a Diocese de São Miguel Paulista dois merecem ser mencionados mais detalhadamente, pela importância que têm na história do município de São Paulo: São Miguel Paulista e Penha de França.
Os índios Guaianases que habitavam a Vila de São Paulo, junto aos jesuítas, receberam com temor essa transferência de colonos e, parte deles, resolveu migrar e alguns procuraram uma região nas proximidades das nascentes do rio Tietê por eles denominado de Ururaí e aí construíram uma aldeia.
Anchieta não perdeu o contato com esses indígenas e fundou na aldeia de Ururaí, primeiro nome do futuro bairro de São Miguel, uma pequena capela dedicada a São Miguel Arcanjo.
Portanto, a origem do nome São Miguel deve-se ao beato José de Anchieta que ajudou a organizar o povoado. São Miguel era o santo de invocação de Anchieta e essa sua devoção era bem aceita pelos indígenas
Como os indígenas deslocavam-se constantemente em busca de alimentos, os jesuítas procuravam inicia-los em atividades agrícolas. No final do século XVI os Guaianases cultivavam lavouras ao redor da igreja dedicada a São Miguel e, na medida em que iam obtendo os alimentos necessários, o povoado ia crescendo com a vinda de indígenas convertidos e colonos brancos.
Começa a correr a notícia de que há ouro na região. Com isso, os índios começam a perder suas terras para os colonos brancos. Os índios começam a ser escravizados para o trabalho na agricultura. Os negros africanos só chegaram mais tarde.
Consta que, entre 1620 e 1622, houve a reconstrução da capela de São Miguel que, devido a péssima qualidade da construção, estava em ruínas e precisava ser ampliada. Após a reconstrução provavelmente no mesmo lugar, a capela tornou-se símbolo da arquitetura jesuíta colonial. A reforma é devida ao Pe. João Álvares Munhoz e a Fernão Munhoz. Ela é considerada a igreja mais antiga do Estado de São Paulo dentre as ainda existentes.
São Miguel Paulista progrediu lentamente até o fim do século XVIII, quando experimentou uma certa estagnação econômica devido ao esgotamento do solo. O transporte dava-se por barcos, via rio Tietê, e por trilhas de bois que, devido ser um transporte muito lento, favoreceu o aparecimento de várias pousadas de tropeiros. Essas estradas foram de grande importância no povoamento rural e propiciou uma certa aglomeração em torno de algumas pousadas.
Em 1875, é inaugurada a Estrada de Ferro Central do Brasil mas ela não beneficiou de imediato a região. Somente em 1932 o ramal variante da ferrovia vai interligar o bairro.
A partir do século XX, com o desenvolvimento da economia cafeeira, São Miguel Paulista torna-se um importante fornecedor de madeira e lenha, extraídas de sua mata, e desenvolve a atividade das olarias, pois possuía matéria prima para a fabricação dos tijolos nas margens do rio Tietê.
Em 1935, instala-se no bairro a Companhia Nitro-Química. Com ela o bairro começa a mudar de perfil: surgem as vilas operárias e trabalhadores de todo o país, principalmente do nordeste, dirigem-se para São Miguel Paulista. A partir da década de 50, diversos loteamentos populares espalham-se pela região. Há um rápido crescimento demográfico que acontece de forma não planejada, originando-se daí diversos problemas urbanos.
